Sobre a doação de órgãos e tecidos


Milhares de pessoas aguardam por um órgão. Há somente doadores para pouco mais da metade delas. Você pode salvar os que ainda aguardam na fila. Os transplantes são a melhor ou a única alternativa para salvar quem está doente dependendo de uma doação para sobreviver. A doação e os transplantes são realizados com sucesso, e reintegram o paciente à sociedade produtiva, com conforto e felicidade para todos de sua família.

De acordo com a Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO), 43% das famílias de possíveis doadores negam a doação de órgãos. Isso acontece pela falta de informação. A legislação brasileira não possibilita que alguém deixe nada por escrito autorizando a doação. Somente a família pode tomar essa decisão e, quando a pessoa não avisa, a família fica em dúvida.

A doação de órgãos e tecidos pode ocorrer após a constatação de morte encefálica, que é a interrupção irreversível das funções cerebrais, ou em vida. No primeiro caso, o doador é capaz de salvar a vida de oito pessoas, ou melhorar a qualidade de vida de mais de 20.

Para mudar este quadro e permitir que cada vez mais pessoas tenham uma nova oportunidade é essencial disseminar informação e desmistificar mitos sobre o assunto. Segundo a Aliança Brasileira pela Doação de Órgãos e Tecidos, 50% das mortes encefálicas não são notificadas e não há religião que proíba a doação.

Algumas informações importantes:

Se você está doente ou ferido e foi admitido no hospital, a prioridade número um é salvar a sua vida. A doação de órgãos somente será considerada após sua morte e após o consentimento de sua família;


As religiões enxergam a doação como um ato de caridade e amor ao próximo;


Pessoas de todas as idades e históricos médicos podem ser consideradas possíveis doadoras. Sua condição médica no momento da morte determinará quais órgãos e tecidos poderão ser doados.


O diagnóstico de morte encefálica faz parte da legislação nacional e do Conselho Federal de Medicina. Dois médicos em diferentes momentos examinam o paciente e fazem o diagnóstico clínico de morte encefálica. Um exame gráfico, como ultrassom com Doppler ou arteriografia e eletroencefalograma, é realizado para comprovar que o encéfalo já não funciona.

Os transplantes ocorrem através de uma cirurgia tradicional e, ao fim do procedimento, o corpo é reconstituído, podendo ser velado normalmente.

Os órgãos são transplantados para os primeiros pacientes compatíveis que estão aguardando em lista única da central de transplantes da Secretaria de Saúde de cada Estado. Esse processo, além de justo, é controlado pelo Sistema Nacional de Transplantes e supervisionado pelo Ministério Público.

O programa nacional de transplantes segue um protocolo e uma organização pré-estabelecida. Cada estado tem uma central de organização, que coordena a captação de órgãos e as pessoas em fila.

Santa Casa