Naara Vidal – transplantada de pulmão

Há 4 anos atrás minha vida virou de cabeça para baixo: eu, uma mulher independente que cuidava de todos, recebi um diagnóstico de uma doença que iria mudar minha vida. Eu tinha DPOC (doença pulmonar obstrutiva crônica) pois fumei por 33 anos. O que eu não sabia é que ia ficar incapacitada. Quando o médico da cidade de Rio Grande me deu 6 meses de vida eu chorei entrei em depressão. Um certo dia me olhei no espelho e vi uma mulher sem vida sem objetivo. Conversei comigo mesma e falei “você não vai morrer”.

Voltei pra vida procurei outros médicos que me falaram sobre transplante pulmonar. “Mas o que é isso? Sou um carro que pode trocar uma peça?”, foi meu primeiro pensamento. Depois de um tempo reuni meu marido e filhos e comunique minha decisão de vir para Porto Alegre aguardar por um órgão.

Neste tempo conheci muitos anjos, pessoas que me ajudaram, pessoas maravilhosas que, assim como eu, precisavam de um órgão. Mesmo com toda a dificuldade de precisar usar oxigênio 24h resolvi trabalhar pela doação de órgãos, ajudando a conscientizar as pessoas.

No dia 31 de julho de 2018, mais uma vez minha vida deu uma guinada: uma família consciente de seu amor ao próximo disse sim à doação de órgãos. Depois de 2 anos, 2 meses e 22 dias eu consegui um pulmão. Hoje, com pouco mais de um mês, agradeço a Deus por ter tocado essa família. A decisão deles não salvou só a mim, mas também outras pessoas.

Ainda estou me recuperando, mas em breve espero poder caminhar, correr, comer sem cansar e, principalmente, respirar. O que tenho a dizer é: obrigada, doadores de órgãos. Vocês são nossos heróis anônimos. E cada vez sigo mais certa da minha missão em falar sobre a importância da doação de órgãos e tecidos.

 

Santa Casa